segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Charge do dia. 119#

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Você sabia que o Brasil exporta carne de cavalo?O que você acha disso?


A notícia caiu na rede na última semana: a rede de supermercados britânica Tesco teve que retirar das prateleiras de suas lojas todos os hambúrgueres de fabricação própria. O motivo? Autoridades sanitárias detectaram DNA de cavalos e porcos no produto, que era vendido como 100% carne bovina.
Apesar do pedido público de desculpas, a marca foi alvo de protestos e piadas na internet, chegando ao terceiro lugar entre os nomes mais citados no Twitter em 152 países. No vídeo abaixo, um consumidor entra em uma das lojas “vestido” de cavalo:
Os hábitos alimentares são repletos de peculiaridades que variam de país para país, região para região. Muitos países não têm o costume de consumir carne de cavalo, dentre eles o Brasil.
A novidade, nesse caso, fica por conta do destaque que o site Vista-se, considerado o maior portal sobre vegetarianismo do Brasil, deu ao repercutir a notícia: nós somos um dos principais nomes mundiais na exportação de carne de cavalo – mesmo que a ideia de consumi-la nos pareça… estranha.
Somos tão reconhecidos no mercado internacional que só perdemos para a Argentina, segundo o site da marca FAVA – Brazilian Prime Meat, mantida pelo Frigorífico Prosperidad, que fica em Araguari, MG.
No site, a empresa diz que exporta para países da Comunidade Europeia e Ásia e explica que“o clima, a mão-de-obra e o espaço” garantem ao Brasil uma produção de animais de ponta acustos competitivos. Além disso, destaca o uso de sistemas de abate humanitário, sem tortura e morte violenta.
Vista-se mostra um vídeo com imagens de um abatedouro por dentro:
Via:Superinteressante
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quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Charge do dia. 118#

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Facebook deixa você depressivo


Pura inveja. Você vai fuçar na vida alheia e descobre que seu ex-chefe, aquele mala, está deférias em Cancún. E o cara mais chato da faculdade conseguiu o emprego dos seus sonhos. Pior: postaram fotos, com a felicidade estampada na cara. E você ali, estagnado no trabalho, sem um centavo para viajar. O cotovelo coça. Todo mundo parece mais feliz do que você.  Pobrecito…
Não se preocupe. Isso parece acontecer com a maioria das pessoas que acessa o Facebook com frequência. Os sociólogos Hui-Tzu Grace Chou e Nicholas Edge, da Universidade Utah Valley, conversaram com 425 estudantes sobre a vida: se estavam felizes ou não com o rumo das coisas, e se os amigos pareciam felizes. Também disseram quanto concordavam com expressões como “a vida é justa” ou “muitos dos meus amigos têm uma vida melhor que a minha”. Aí então contaram quantos amigos cada um tinha no Facebook e quanto tempo passava online – a média foi de 5 horas por semana.
E concluíram: quanto mais horas uma pessoa passa no Facebook, maior a chance de achar que avida dos outros anda melhor. Isso acontecia ainda mais quando as pessoas não conheciam muito bem os contatos do Facebook.
A explicação é fácil. Ninguém (ou quase ninguém) posta fotos tristes no Facebook. É só alegria – mesmo se a viagem for um fracasso e o trabalho uma furada. Só que daí, do outro lado da tela, tudo parece perfeito. Menos a sua vida, real e completa, com dias bons e ruins.
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quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Charge do dia. 117#

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De quem é o governo?



A resposta para a pergunta do título é simples, não é? O governo é meu. É seu. É nosso. O governo é pago com a minha grana, e com a sua grana. A presidenta, o governador, o prefeito, os trocentos deputados, os vereadores, o segundo escalão, e o terceiro, e o quarto… São todos nossos funcionários. Eles trabalham para nós. O papel deles é cuidar dos nossos interesses – do interesse público. Óbvio.
Este prédio é meu. Foto: Thiago Melo – CC
Só que não.
O governo claramente não trabalha para mim. Pegue por exemplo o da minha cidade, São Paulo, que até outro dia era exercido pelo Gilberto Kassab. Kassab trabalhou duro ao longo dos últimos quatro anos. Acordava cedo, ia dormir tarde, fazia mil reuniões, estava sempre na imprensa. Mas o chefe dele não era eu, era outro.
Durante boa parte do mandato, o grosso do trabalho do Kassab não era para mim. Muito do seu tempo foi gasto articulando para criar um novo partido. O prefeito passava os dias falando com políticos Brasil afora, convencendo-os a ingressar em sua sigla. Ou se reunindo com lideranças do governo federal e dos estaduais, prometendo apoio, negociando cargos.
E, certamente, muito do seu trabalho foi reunir o apoio dos setores econômicos, para assegurar que seu partido receberia gordos financiamentos de campanha. E por que os setores econômicos dão dinheiro para candidatos e para partidos políticos? Simples: por que esperam receber algo em troca. É, mais do que tudo, para esse pessoal que o prefeito trabalhou: para os financiadores de campanha.
Do ponto de vista da população, Kassab foi muito mal sucedido em seu governo. Ele terminou o mandato com aprovação de apenas 24% da população, uma das piores do Brasil. Em 2012, diversos movimentos de moradores de São Paulo juntaram-se para homenageá-lo com o prêmio de “pior prefeito da história da cidade”.
Mas nada disso o afetou muito. Afinal, o patrão de Kassab não era a população, eram os empresários que financiaram sua campanha. E esses terminaram o mandato satisfeitíssimos. Tanto que seu novo partido recebeu fartas doações e, como estava cheio da grana, elegeu centenas de prefeitos, a quarta maior bancada da Câmara e até alguns governadores.
Kassab não é uma exceção: ele é só o ponto extremo de um fenômeno que abrange praticamente todos os políticos bem sucedidos do Brasil, do PT ao PSDB aos mil nanicos, do presidente aos vereadores. Todo mundo recebe a maior parte do dinheiro de suas campanhas de empresas que vivem de contratos com o governo: construtoras, incorporadoras, empreiteiras etc. Todos gastam grande parte do seu tempo suando para agradar esses financiadores. Todos, ao tratar os financiadores de campanha como patrões, negligenciam seus verdadeiros patrões: você e eu.
Esses dias, li um livro chamado Republic, Lost, escrito por um autor de quem sou fã faz tempo: o jurista Lawrence Lessig, de Harvard, o mesmo cara que liderou o movimento Creative Commons, por um novo modelo de direitos autorais. Achei o livro revelador. Lessig mostra que esse problema não é exclusividade do Brasil. Longe disso, aliás: os Estados Unidos também, assim como boa parte dos países do mundo, sofrem com uma “corrupção” do sistema político. “Os congressistas americanos passam até 70% do seu tempo arrecadando dinheiro para suas campanhas”, diz Lessig.
E qual a solução para isso? “Reforma política”, dirão alguns. Sim, claro, mas não essa reforma política sobre a qual os deputados ficam falando – não são as raposas as mais bem indicadas para planejar o novo sistema de acesso ao galinheiro. Não será o Congresso que vai mudar o sistema pelo qual o Congresso foi eleito. Cabe a nós – eu e você – imaginar jeitos de fazer nossos funcionários trabalharem para nós. Falaremos mais disso por aqui no futuro.
Acima, um vídeo no qual Lawrence Lessig expõe a tese
de seu livro e propõe uma solução para o problema.
Está em inglês, mas não é difícil de entender… 

Via:Superinteressante.

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