Dá para dizer que a unha é pouco mais que um cemitério de células: o tecido que a compõe é formado por células que morrem debaixo da pele dos dedos e são continuamente empurradas por novas camadas que não param de ser produzidas. No caminho rumo à ponta do dedo, as células defuntas ganham doses de queratina e outras proteínas, que fortalecem as unhas e dão a elas o aspecto de lâmina. Ironicamente, a unha, um tecido morto, continua crescendo após a morte do seu dono! Isso ocorre porque a matriz das células - algo como o "berçário" das células de unha - usa pouquíssima energia para produzi-las. Quando o sujeito passa desta para melhor, a energia acumulada em vida garante a produção durante alguns dias póstumos.
Mas para que servem essas "mortas-vivas"? "As unhas protegem os dedos dos pés e das mãos e exercem um papel significativo na sensibilidade dos dedos", diz o dermatologista Valcinir Bedin, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Estética. Entretanto, nem sempre elas tiveram essas funções: nossos ancestrais peludos e selvagens usavam as unhas como garras, um mecanismo de ataque e defesa. Com o passar do tempo, elas ficaram fininhas e passaram a cobrir apenas a parte de cima dos dedos, uma transformação que facilitou a manipulação de objetos e os trabalhos de precisão. Claro que, para não prejudicar essas habilidades, é necessário dar aquela cortadinha básica nas unhas de vez em quando. Por mês, elas crescem cerca de 3 milímetros nos dedos da mão e 1 milímetro nos dos pés. Mas cuidado: é bom cortá-las com uma tesoura e não com os dentes. "Quando se engolem fragmentos de unha, eles vão se acumulando no intestino e podem chegar até a perfurar o apêndice", afirma Bedin. Fora isso, é bom ficar de olho em qualquer mudança no jeitão delas, para evitar os problemas que a gente destaca na ilustração ao lado.
Via:Mundo Estranho.
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